Até metade do século XX, as novidades da moda ficavam restritas às classes mais abastadas da sociedade, demorando a atingir camadas menos privilegiadas econômica e socialmente. Era visível nas ruas o distanciamento que existia entre as aparências de ricos e influentes, minoria antenada com as novas propostas, e os demais, que tinham que correr atrás do prejuízo. Mas a realidade agora é outra, os produtos de moda estão ao alcance de todos em um mesmo tempo, em grande parte graças à expansão e democratização operada pelo seu sistema. Houve uma aproximação em matéria de estilos, formas e cores que estão à disposição das pessoas de classes sociais e lugares distintos, ameaçando, em parte, a zona de conforto de “exclusividade” de alguns.
Bolsa Chanel 2.55 e Sapatos Christian Louboutin
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Contudo, no sentido metafórico da palavra, a “exclusividade” parece ser cada dia mais difícil e dispendiosa de ser conquistada. A questão é que os produtos de algumas das marcas mais famosas e tradicionais do mundo, de tão abalizadas por socialites, celebridades e a mídia, tornam-se rapidamente verdadeiros troféus a serem alcançados por mulheres em geral, levando-as a cometer verdadeiras loucuras financeiras para adquiri-los. Sem falar da pirataria que se abate em torno desses objetos de desejo. De tão explorados, têm ficado com a imagem repetitiva e, por vezes, cansada.
Bolsas LV Speedy da Louis Vuitton – mudança de padrão para repaginar o seu design tradicional |
Acompanhando o desejo das pessoas que querem se diferenciar, determinadas estratégias de produção e comercialização têm alcançado êxito no sentido de manter o caráter de “exclusividade” de algumas marcas. Um exemplo de sucesso é a Hermès, marca Francesa que está no mercado desde 1837, e que continua a ser símbolo de luxo e tradição.
A fórmula do marketing da Hermès para se manter exclusiva é o investimento na própria tradição que a marca conquistou em todos esses anos de existência. O segredo começa pela maneira artesanal com que manufatura seus produtos, a criteriosa escolha das matérias-prima empregadas nos mesmos e um acabamento impecável. As bolsas, um dos seus carros chefes, podem ser encomendadas e personalizadas, mas preservam as características da grife, o design elegante, minimalista, monocromático, sem exploração ostensiva da sua logomarca. E, a depender do modelo e material escolhidos, podem ultrapassar a cifra dos 50 mil euros e demorar até seis meses para ser entregue, o que reforça o valor de exclusividade dessas peças.
Bolsas Kelly e Birkin da Hermès
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Mesmo assim, a Hermès tem sofrido com as investidas de alguns plagiadores de plantão, mas que ainda não conseguiram abalar esse conceito de exclusividade que agrega valor aos seus produtos. Até quando?
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