Anna Wintour |
Anna Wintour, editora da Vogue América, mais
conhecida pelo grande público como a pessoa que inspirou a criação da
personagem de Maryl Streep em “o Diabo Veste Prada”, é, há pelo menos duas
décadas, uma das figuras de maior influência no circuito da moda. Com trânsito
livre entre os principais diretores de criação, em alguns casos, chega a
visitar os ateliês nas diferentes fases da elaboração das coleções, quando costuma
dar suas impressões e até contribuição para o produto final a ser apresentado
nas passarelas.
O documentário “The September Issue” (2009) confirma
o que se fala a seu respeito, exigente e fria na condução das edições da
revista e no trato com seus colaboradores, Anna construiu uma sólida fama de competente
e durona. Em contrapartida, sua disponibilidade em auxiliar e apostar em novos
talentos ajuda a humanizar a sua pessoa. Assídua às principais semanas de moda,
é uma das, se não a mais, festejada personalidade na primeira fila dos desfiles.
Os símbolos do estilo Anna Wintour |
Anna é dona de um estilo tão marcante, que algumas
características de sua imagem viraram sinônimo de “Anna Wintour”. Caso do seu corte de cabelo, um “Chanel” com franja
impecavelmente simétrico, que carrega por anos. Não menos marcantes, são as
diferentes versões de vestido que costuma usar, sem dúvida nenhuma, sua peça preferida do verão ao inverno.
Assunto já abordado neste blog, o estilo pessoal é a
representação da personalidade, estilo de ser, pensar e agir no mundo, por meio
das escolhas que fazemos para o nosso visual.
Assim, é interessante perceber como algumas escolhas de Anna, em princípio,
estariam descoladas em relação a sua imagem pública. Sua personalidade forte,
aparentemente fria e reservada, contrasta com os seus vestidos bem femininos, de saias sequinhas ou rodadas, no comprimento mídi, com ou sem mangas, e, em grande maioria, estampados. Mas ainda podemos
analisar de outra forma. Ao investir numa aparência que foge do estereótipo dos
profissionais de moda, adeptos do preto, peças lisas e sobreposições, ela se
destaca ao manter um discurso imagético constante, que se tornou sua marca registrada.
E isso demonstra o grau de autoconhecimento e segurança que possui.
Anna Wintour em diferentes versões de vestidos e estampas |
Quando o assunto é estampa, Anna Wintour é eclética,
usa das mais delicadas e miúdas a florais e abstratas de maior proporção, com ou sem textura, com
fundos claros e escuros, inclusive, com contraste de cores. Com isso, acaba por
enfraquecer alguns paradigmas. Um deles, o de que combinações monocromáticas seriam
sinônimos de elegância e sofisticação, e ninguém melhor do que ela para provar
que as estampas podem transmitir o mesmo, dependendo, é claro, da maneira com as
combinamos e carregamos.
Anna Wintour em diferentes versões de vestidos e estampas |
Ao
se apresentar, seja no dia-a-dia, seja nas semanas de moda com um estilo pessoal
e discurso visual marcantes e atemporais, a toda poderosa da Vogue nos dá a
maior das lições fashion, a de que vale a pena investir e inovar na construção
de um estilo próprio, usando a moda a seu favor, ao invés de seguir às cegas as
tendências que ela própria promove em sua revista.
Para deleite de Anna e das amantes das estampas uma
boa notícia, esta última temporada de desfiles (primavera-verão 2017), com destaque para Milão,
apresentou as mais variadas versões de estamparia. Como podemos observar nas
imagens selecionadas abaixo.
Desfiles das coleções primavera-verão na semana de moda de Milão. Da esquerda para a direita: Missoni, Salvatori Ferragamo, Prada, Versace, Marni, Fendi e Giorgio Amani |
Desfiles das coleções primavera-verão na semana de moda de Milão. Da esquerda para a direita: Emilio Pucci, Dolce & Gabbana e Fausto Puglisi |
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