quarta-feira, 28 de setembro de 2016

As estampas da toda poderosa da Vogue

Anna Wintour

Anna Wintour, editora da Vogue América, mais conhecida pelo grande público como a pessoa que inspirou a criação da personagem de Maryl Streep em “o Diabo Veste Prada”, é, há pelo menos duas décadas, uma das figuras de maior influência no circuito da moda. Com trânsito livre entre os principais diretores de criação, em alguns casos, chega a visitar os ateliês nas diferentes fases da elaboração das coleções, quando costuma dar suas impressões e até contribuição para o produto final a ser apresentado nas passarelas.

O documentário “The September Issue” (2009) confirma o que se fala a seu respeito, exigente e fria na condução das edições da revista e no trato com seus colaboradores, Anna construiu uma sólida fama de competente e durona. Em contrapartida, sua disponibilidade em auxiliar e apostar em novos talentos ajuda a humanizar a sua pessoa. Assídua às principais semanas de moda, é uma das, se não a mais, festejada personalidade na primeira fila dos desfiles.

Os símbolos do estilo Anna Wintour

Anna é dona de um estilo tão marcante, que algumas características de sua imagem viraram sinônimo de “Anna Wintour”. Caso do seu corte de cabelo, um “Chanel” com franja impecavelmente simétrico, que carrega por anos. Não menos marcantes, são as diferentes versões de vestido que costuma usar, sem dúvida nenhuma, sua peça preferida do verão ao inverno. 

Assunto já abordado neste blog, o estilo pessoal é a representação da personalidade, estilo de ser, pensar e agir no mundo, por meio das escolhas que fazemos para o nosso visual.  Assim, é interessante perceber como algumas escolhas de Anna, em princípio, estariam descoladas em relação a sua imagem pública. Sua personalidade forte, aparentemente fria e reservada, contrasta com os seus vestidos bem femininos, de saias sequinhas ou rodadas,  no comprimento mídi, com ou sem mangas, e, em grande maioria, estampados. Mas ainda podemos analisar de outra forma. Ao investir numa aparência que foge do estereótipo dos profissionais de moda, adeptos do preto, peças lisas e sobreposições, ela se destaca ao manter um discurso imagético constante, que se tornou sua marca registrada. E isso demonstra o grau de autoconhecimento e segurança que possui.


Anna Wintour em diferentes versões de vestidos e estampas

Quando o assunto é estampa, Anna Wintour é eclética, usa das mais delicadas e miúdas a florais e abstratas de maior proporção, com ou sem textura, com fundos claros e escuros, inclusive, com contraste de cores. Com isso, acaba por enfraquecer alguns paradigmas. Um deles, o de que combinações monocromáticas seriam sinônimos de elegância e sofisticação, e ninguém melhor do que ela para provar que as estampas podem transmitir o mesmo, dependendo, é claro, da maneira com as combinamos e carregamos.

Anna Wintour em diferentes versões de vestidos e estampas

Ao se apresentar, seja no dia-a-dia, seja nas semanas de moda com um estilo pessoal e discurso visual marcantes e atemporais, a toda poderosa da Vogue nos dá a maior das lições fashion, a de que vale a pena investir e inovar na construção de um estilo próprio, usando a moda a seu favor, ao invés de seguir às cegas as tendências que ela própria promove em sua revista.

Para deleite de Anna e das amantes das estampas uma boa notícia, esta última temporada de desfiles (primavera-verão 2017), com destaque para Milão, apresentou as mais variadas versões de estamparia. Como podemos observar nas imagens selecionadas abaixo.

Desfiles das coleções primavera-verão na semana de moda de Milão. Da esquerda para a direita: Missoni, Salvatori Ferragamo, Prada, Versace, Marni, Fendi e Giorgio Amani

Desfiles das coleções primavera-verão na semana de moda de Milão. Da esquerda para a direita: Emilio Pucci, Dolce & Gabbana e Fausto Puglisi



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