Blusa colocada à venda com esgaçado por uma loja Fast fashion |
Em tempos de Fast
fashion, atualizar o guarda-roupa com peças da estação é tarefa das mais simples.
Inúmeras lojas trabalham com esse sistema, que propõe manter as araras
abastecidas de novidades todas as semanas, em alguns casos, todos os dias, a
preços populares.
Não se pode generalizar, mas diante do acelerado ritmo de produção e de reposição de estoque nas lojas, imposto pelo sistema Fast fashion, o controle de qualidade ficou prejudicado, resultando na colocação à venda de produtos que deixam muito a desejar.
Peças mal cortadas,
com modelagem estranha, mal costuradas, colarinhos franzidos e amassados,
costuras repuxando e até, pasmem, com tecidos esgaçados, são colocados à venda
sem o menor cuidado. Falhas que podem passar despercebidas, seja pela
iluminação inadequada nos provadores, seja pela falta de atenção, motivada na
empolgação natural quando se encontra determinada peça desejada, ou, até mesmo,
pelo baixo nível de exigência, infelizmente comum entre nós, consumidores
brasileiros. E é essa desatenção somada à baixa exigência do consumidor que
acabam por estimular ainda mais as práticas pouco éticas por parte dos
empresários.
Além das falhas
destacadas, existem outros problemas que também podem acarretar prejuízo ao
consumidor. O mais comum, é a falta de padrão da numeração na modelagem das
peças. No Brasil, dependendo da marca, um P pode ser um M ou um PP. Tal
condição dificulta muito o ato de se presentear com roupas, por exemplo. Sem
falar nas peças que, aparentemente perfeitas, encolhem ou desbotam após a
primeira lavagem. Ambos, problemas que deveriam ser detectados já no processo
de produção ou controle de qualidade.
Quando o cliente
identifica que a peça tão desejada veio com defeito, pensa que o pior já
aconteceu, mas quando recorre à loja, descobre que o pior ainda estava por vir.
De fato, muitas lojas, por desconhecimento das estratégias de marketing, prestam
mau atendimento, dificultando ao máximo a solução do problema. Assim uma compra
feliz pode se transformar numa grande dor de cabeça para o consumidor,
acarretando à loja o risco de perder um cliente fiel. Sem falar que na era das
redes sociais, o descontentamento pode ser compartilhado com milhares de outros
consumidores.
Em outro texto
publicado neste blog, havia pontuado acerca de problemas em nosso varejo de
moda, cada dia mais recorrentes. Reproduzo aqui algumas dicas dadas naquela
ocasião e que são importantes para que evitemos comprar produtos com defeitos.
Vamos a elas:
- sempre provar a roupa antes da compra;
- observar o caimento da peça;
- analisar o acabamento da costura;
- observar se não tem nenhum esgaçado, rasgo ou costura aberta;
- ver se as mangas apresentam repuxo ou franzido em sua costura;
- levante os braços e dê um abraço para ver se a cava da camisa, blazer ou vestido está curta;
- fique atento a pequenas dobras nas extremidades da peça ou perto de costuras. Elas
- podem ser apenas um simples amassado, mas podem demonstrar problemas em sua confecção;
- verifique se as pregas estão alinhadas;
- se tiver detalhes duplicados, observe se estão iguais em proporção e alinhados;
- confira as etiquetas com informações sobre o material empregado e a forma de lavagem;
- as listras devem se encontrar na costura que separa a frente e as costas de uma peça com esta estampa;
- os blazers devem estar impecáveis, por isso, observe o forro e a entretela das golas, as vezes são pequenos e ficam repuxando.
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