segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Do macabro ao divertido mundo fashion

 

Imagem da campanha para a linha de Eyewear de Alexander McQueen para a primavera 2010
Ela não está mais restrita aos filmes de piratas ou de terror, as placas indicativas de perigo de morte, nem tão pouco aos guarda-roupas dos metaleiros e góticos.  Mas, que fascinação é essa que a caveira opera hoje nos jovens e que se reproduz em seus visuais?


Visitantes da última edição do Fashion Rio
Fotos: fashiontype.wordpress.com
É difícil definir com 100% de acerto todos os motivos desse fenômeno. No entanto, o sistema de moda e as criações de alguns de seus principais atores parecem possuir claramente uma grande influência nisso.

A partir dos anos de 1990, as caveiras foram adotadas como símbolos de dois designers de moda, que viriam a se tornar grandes nomes do setor no século XXI. Alexander McQueen, falecido no início desse ano, e Alexandre Herchcovitch, além de vanguardistas, demonstraram ter esta paixão em comum e a retrataram das mais variadas formas. Suas influências internacionais e nacionais, respectivamente, foram decisivas para que as caveiras se popularizassem, inicialmente, junto aos fashionistas, incluindo aí os estudantes de moda, e depois, junto aos jovens mais moderninhos.


Alexandre Herchcovitch - Outono/Inverno 2010
Fotos: divulgação

Peças da marca Alexander McQueen que continuam a ser comercializadas após a sua morte e que levam a sua assinatura, as caveiras.
Fotos: divulgação
Os adeptos contumazes das caveiras fazem parte das gerações “Y”, jovens na faixa etária entre 18 a 29 anos, e “Z”, jovens que estão entre os 6 e os 17 anos de idade. Além de aceitarem inovações e quebras de paradigmas de maneira natural, eles também cresceram vendo as caveiras retratadas de forma menos macabra, diferentemente daqueles pertencentes às gerações anteriores.

Cena da novela Tititi, na qual a personagem Mabi, interpretada pela atriz Clara Tiezzi, pertencente a geração Z e ligada ao mundo fashion,vai ao casamento do pai com um vestido no estilo romântico com estampa de caveira.  
A desmistificação desse símbolo, que não é mais visto apenas como algo ligado a forças negativas, também pode ser explicada pela sua inserção no circuito formal da moda. Quanto mais ele se distancia do seu universo de origem e é adotado e reproduzido por esta área, que atrai a simpatia de muitos e massifica idéias, passa a se tornar mais leve, comum e familiar. Com isso, muitos passaram a vê-lo com admiração ou, pelo menos, com indiferença.

Isso não significa dizer que a caveira perdeu totalmente o seu significado original. Realizando uma breve pesquisa com pais e mães, foi constatado que a esmagadora maioria não colocaria em seus filhos um macacão estampado de caveirinhas, criação de uma famosa marca americana, por se tratar de um símbolo ligado a morte. Considerado inadequado, segundo eles, para um bebê usar, e visto como objeto de mau agouro para a saúde dos pequenos. 

Hoje, é comum vermos as caveiras retratadas de várias maneiras e em produtos dos mais diferenciados, inclusive em peças de mobiliário. No terreno das roupas e acessórios não há limites para o seu emprego, estampada em peças bem esportivas ou esculpidas em peças mais luxuosas, elas conquistam a cada dia mais adeptos. Uma coisa é certa, elas já fazem parte do imaginário fashion contemporâneo.

Cadeiras do designer Geoffrey Bradfield para a Kyle Buntings
  
T-shirts são as peças onde são mais representadas, mas tem aparecido com força em colares, anéis e lenços

Acessórios vendidos na Lool, loja em São Paulo que vende diversos produtos com este símbolo
Fonte: Lool.com.br
           
Sandálias Jogê
                                            


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